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href="http://www.oeco.org.br/reportagens/27092-se-a-pesca-esta-ruim-nao-culpe-os-leoes-marinhos"><FONT
color=#000000 size=4>Se a pesca está ruim, não culpe os
leões-marinhos</FONT></A><FONT size=4> </FONT></DIV>
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<DIV class=rt-articleinfo><SPAN class=rt-author>Vandré Fonseca<BR></SPAN><SPAN
class=rt-date-posted>17 de Abril de 2013 </SPAN></DIV>
<DIV class=rt-articleinfo><SPAN class=rt-date-posted><A
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title=" Leões-marinhos migram para o litoram do Rio Grande do Sul a partir de meados de março e ficam até a primavera. Fotos: Rodrigo Machado "
alt="" src="http://www.oeco.org.br/images/stories/abr2013/foto02.jpg"
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<P class=img_caption><FONT size=1>Leões-marinhos migram para o litoram do
Rio Grande do Sul a partir de meados de março e ficam até a primavera.
Fotos: Rodrigo Machado </FONT></P></DIV></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
<DIV>Pescadores do Rio Grande do Sul culpam os leões-marinhos (<EM>Otaria
flavescens</EM>) pelo fraco rendimento da pesca durante o inverno. Eles são
influenciados pelo que veem durante as pescarias: grupos nadando ou devorando
peixes capturados pelas redes ou então danificando as armadilhas. Mas um estudo
realizado pelo biólogo Rodrigo Machado, do Grupo de Mamíferos Aquáticos do Rio
Grande do Sul, demonstra que os suspeitos são, na verdade, inocentes.
<BR><BR>Durante o inverno e a primavera, leões-marinhos formam colônias de
dezenas ou até centenas de animais em dois locais do litoral, no molhe
(estrutura construída em pedras no litoral para proteger a saída de navios) do
município de São José do Norte (RS) e na Ilha dos Lobos e imediações. Eles
provavelmente vêm da Argentina e Uruguai, em busca de alimentos na costa
brasileira. Essas colônias no litoral brasileiro são formadas por machos (ainda
não foram registradas fêmeas por aqui). Os maiores podem pesar entre 300 e 350
quilos.<BR><BR>Os leões-marinhos são parentes das focas, mas ao contrário delas
possuem orelhas visíveis na cabeça e usam com mais habilidade as nadadeiras
frontais para se locomover em terra. Existem diversas espécies no mundo, mas
apenas uma delas ocorre na América do Sul. São encontradas desde o Peru,
contornando o extremo sul do continente, incluindo arquipélagos como as
Malvinas, até o Sul do Brasil. Por uma razão ainda não explicada, machos de
colônias de reprodução da Argentina migram para o litoral brasileiro, a partir
do mês de março.<BR><BR>Para os pescadores, a presença destes mamíferos é um mau
sinal. Eles acreditam que eles sejam capazes de consumir a fantástica quantidade
de até 500 quilos de peixes em um só dia. Porém, análises feitas por Machado
demonstram que essa voracidade existe apenas no imaginário dos pescadores. No
estudo, realizado durante o <U>mestrado na Universidade Vale dos Sinos
(Unisinos), e que teve apoio da Fundação Boticário</U>, foram analisados
estômagos de animais encontrados mortos e foi possível então medir o apetite
deles.<BR><BR></DIV>
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<DIV style="WIDTH: 670px; FLOAT: none" class="img_caption none"><IMG
class=caption
title="Os animais são capazes de danificar as redes utilizadas pelos pescadores."
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<P class=img_caption align=center><FONT size=1>Os animais são capazes de
danificar as redes utilizadas pelos
pescadores.</FONT></P></DIV></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
<DIV>“Encontramos em média entre 12 e 13 quilos no estômago de um animal morto.
Então, a gente acredita que ele possa comer no máximo 20 quilos por dia”, afirma
o biólogo. Esse argumento já serviria para aliviar um pouco a má fama dos
otarídeos sul-americanos (o nome da família é uma referência às pequenas orelhas
que possuem), mas existem outras provas de inocência. Eles não prejudicam a
pesca também por uma questão de cardápio.<BR><BR>Os leões-marinhos se alimentam
principalmente de uma espécie que, pelo menos por enquanto, não tem muito valor
comercial, a maria-luísa (<EM>Paralonchurus brasiliensis</EM>). A espécie é a
segunda mais abundante na plataforma continental no Sul do país, tanto em número
de indivíduos quanto em biomassa, mas não é muito presente no prato das pessoas.
Segundo Machado, são peixes com tamanho aproximado de dez centímetros que,
quando capturados, são jogados ao fundo do mar. Para os leões-marinhos e outros
predadores, a maria-luísa é uma iguaria. <BR><BR>Se não está na quantidade de
peixes consumidores, se não está na preferência dos predadores, a resposta para
a maré ruim dos pescadores pode estar em fatores ambientais e climáticos, de
acordo com Machado. “Durante o inverno, o mar fica mais agitado, os ventos ficam
mais fortes, então sobram poucos dias para os pescadores irem ao mar. E quando
vão, a pesca não rende o que eles esperam”, afirma o biólogo. "Os pescadores não
conhecem a biologia dos leões-marinhos. Acham quem eles só comem durante as
pescarias, e nós mostramos que isso não é verdade”.<BR><BR>O estudo já está
sendo usado em ações de educação ambiental no litoral norte do Rio Grande do
Sul. Assim quem sabe, os futuros pescadores passem a olhar o leão-marinho com
mais simpatia.<BR><BR></DIV>
<DIV>
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